Vista lateral do Museu das Missões
Foto: Alexandre Feitosa

Sobre o Museu das Missões

O Museu das Missões fica localizado dentro do Sítio Histórico São Miguel Arcanjo, em São Miguel das Missões, RS, cujos remanescentes foram reconhecidos pela UNESCO, em 09 de dezembro de 1983, como Patrimônio Cultural da Humanidade. Atualmente, o Museu possui administração direta do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM).

A criação oficial do Museu ocorreu através do Decreto-lei nº 2.077, de 8 de março de 1940, pelo presidente Getulio Vargas, com a finalidade principal de “reunir e conservar as obras de arte ou de valor histórico relacionadas com os Sete Povos das Missões Orientais, fundados pela Companhia de Jesus naquela região do país”. Seu acervo museológico institucional é composto por uma coleção de esculturas missioneiras em madeira policromada dos séculos XVII e XVIII, sendo a maior coleção pública do Mercosul nesse gênero.

Projetado pelo arquiteto e urbanista Lucio Costa, o Museu das Missões é composto por duas edificações: o Pavilhão Lúcio Costa, que abriga a exposição de longa duração do Museu e a Casa do Zelador, que atualmente possui o Núcleo Expositivo Memória e História, além de abrigar a estrutura de gestão da unidade museológica.  A Casa do Zelador, portanto, passou a ter novas funções ao longo do tempo, pois o espaço foi planejado pelo arquiteto Lucio Costa como habitação para a família do primeiro zelador do Museu, Sr. João Hugo Machado.

Sobre o acervo

O acervo do Museu das Missões é composto por um total de 92 objetos, abrigando uma das mais importantes coleções públicas de esculturas sacras missioneiras em madeira policromada da América do Sul e uma das coleções mais importantes nesse gênero.

Desde 1938, João Hugo retirava da guarda de comunidades e famílias da região peças que tinham relação com a história de ocupação missional, amparado no Decreto-Lei nº 2.077, de 1940, que criava o Museu das Missões, tendo como uma das finalidades:

(…) reunir e conservar as obras de arte de valor histórico relacionados com os Sete Povos das Missões Orientais, fundados pela Companhia de Jesus naquela região do País”. (Decreto-Lei nº 2.077)

São oitenta e cinco esculturas sacras de tamanhos que variam entre dezessete centímetros e dois metros de altura. A imaginária que integra  o acervo foi recolhida na região, em sua maioria, por João Hugo Machado, primeiro zelador do museu, retiradas das antigas reduções pela população local. Encontravam-se em locais de culto doméstico ou em pequenas capelas comunitárias.

O Barroco Missioneiro

Quando analisadas por historiadores de arte, a imaginária missioneira é identificada como parte do movimento artístico do Barroco. O Barroco Missioneiro tem características peculiares em relação ao movimento Barroco em geral, considerando que o Barroco Missioneiro surge e se desenvolve dentro de um isolamento  das populações das reduções e na necessidade de catequização, fatores que determinam a sua diferenciação e originalidade artística.

Além de esculturas do barroco missioneiro, o acervo é formado também por artefatos de metais como sinos e bigorna e demais esculturas religiosas em arenito.